PARDOS PAPÉIS
Uma Yékit Ópera de Rua
Obra escrita com apoio da Lei Paulo Gustavo (Edital LPG 08/2023 - Produção de Texto para Teatro)
da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Publicado em 28/02/2025. Download em: pardospapeis.storylab.cc

Sumário

Esta publicação se estrutura em três partes essenciais para a compreensão e materialização da obra: Parte 1: Fundamentação e Estrutura Introdução ("Ignitus Primus"): Apresenta a obra como performance politizada e urgente, transformando a rua em um quilombo efêmero e estabelecendo um pacto socioambiental. Ação Yékit ("Yékit Actus"): Define a "Ação Yékit" como alternativa ética à "ação humana" colonial, focada na insurreição epistêmica e na cura ancestral. Personagens ("Yékit Personae"): Explora o conceito de Multi-Papel, manifestando arquétipos como Narradora-Griot, Coro das Parditudes, Yékitbuk, Tereza-Mulher Sol, Lítio e O Estado/Necropoder. Espaço Cênico ("Yékit Locus"): Concebe a Arena Circular ("Ágora do Fim do Mundo") com Três Anéis Concêntricos, guiada pela "Bússola do Oykos" e "Astrolábio Yékitbuk". Encenação ("Guia Cênico Yékit Quilombista"): Descreve a metodologia Quilombista Amefricana em uma Espiral Ritualística, com pré-espetáculo, atos e entre-atos participativos, além de diretrizes musicais. Acessibilidade ("Radical Acessibilidade Yékit"): Apresenta a acessibilidade como pilar ético-político ("Quilombismo da Super-Acessibilidade"), integrando estratégias comunicacionais, físicas e sensoriais. Parte 2: Texto Dramatúrgico e Âncora do Cosmos Esta seção detalha o texto completo da peça "Ignitus Yékit Actus", incluindo indicações cênicas, falas e canções. Complementada pela "Âncora do Cosmos", oferece um guia prático com resumo, descrição de personagens, notas de direção, elementos rituais, canções, considerações técnicas e biografia do autor. Parte 3: Yékit Tríade - Fundamentos do Processo Criativo Esta parte articula o processo criativo e filosófico da obra através da tríade conceitual YÉKITBUK, YÉKITÓPERA e YÉKITACESSO, que formam seu alicerce teórico e prático. YÉKITBUK: O texto-matriz que aprofunda conceitos como Yékit-Revo-Luta, Oykos e Lítio-Deidadefóssil, criticando a colonialidade ambiental. YÉKITÓPERA: Detalha a estrutura cênica em espiral, elementos participativos, sonoridade, tecnologia e a complexidade das personagens simbólicas. YÉKITACESSO: Aborda a "super-acessibilidade quilombista", integrando inovações como Libras Performática, Audiodescrição Expandida e Legendagem Criativa como elementos poéticos intrínsecos.

A Obra Dramatúrgica

PARDOS PAPÉIS Uma Yékit Ópera de Rua Ricardo Targino Livremente adaptada do Yékitbuk, ficção especulativa de sua autoria. Ópera polular Teatro de rua, circular, imersivo e participativo. Duração Estimada 120 minutos.

O Conceito Central da Obra

Pardos Papéis é uma resposta contracolonial e anticapitalista e à crise multidimensional, intersistêmica e pluriversal que vem caracterizado o Século XXI até aqui. Às complexidades identitárias, oferecemos a mestiçagem como resposta orgânica, afinal as negritudes, parditudes e pretitudes , carregam indistintamente ancestralidade comum do ventre indígena, que mesmo após a invasão e por mais de três séculos pariu todos os brasileiros natos. Nascemos da violência racial, para extinguir a própria ideia de raça. No cerne do colonialismo o que há é racismo. Foi ele que alicerçou e estruturou este mundo imerso na crise sem precedentes e que encontra na emergência climática sua máxima ameaça existencial concreta. Contra o racismo estrutural, a mestiçagem é arma secreta. A população mestiça, multirraccial e majoritária na sociedade brasileira torna o Brasil uma nação condenada ao antirracismo capaz de iluminar o mundo pós-racial, se formos capazes de contornar as crises e ultrapassar em segurança sua expressão climática. Também para esta missão, o mundo mestiço e periférico é central. A potência política da mestiçagem é a desconstrução das bases racistas do mundo e dessa consciência nasce o sistema filosófico Yékit (os papéis sendo rasgados prefiguram a descontrução das bases racistas do mundo colonial responsável pela extinção da sustentabilidade na Terra, pelas perdas de diversidade cultural e biodiversidade produzidas pelo aliciamento de todos os povos da Terra para o necromercado. É por isso que erguemos, nas ruas, a insubmissão ancestral e futurista de nossos corpos dançantes, mestiços e orgulhosos do pardo papel que nos cabe: a destruição total dos necropoderes eivados de racismo colonial.

O Método Vivo

A ópera PARDOS PAPÉIS é um projeto artístico-político que coloca o corpo mestiço no centro da cena e da resistência ao racismo. Seus pilares conceituais são o Quilombismo de Abdias Nascimento, a Amefricanidade de Lélia Gonzalez, o Teatro Dionisíaco de Zé Celso. Seu território matriz, o Vale do Jequitinhonha, é o epicentro da crise climática e cenário da necromineração do fim do mundo. O Método Vivo desta dramaturgia é o processo dinâmico e flexível de adaptar a obra ao território, e neste processo tonar mais resilientes as periferias globais e zonas de sacrifício do capitalismo em sua fase de necrose climática e exaustão sócioambiental. Pontos Essenciais para Mediação Territorial: Originalidade: Adapte o "Quilombismo Teatral Amefricano" à realidade local. Relevância: Ajuste temas como racismo e crise climática à conjuntura social e ambiental específica. Impacto: Amplifique conflitos e potências locais através da performance. Diálogo: Homenageie Zé Celso e outros referentes teatrais inspiradores. Formato: Adapte a "ópera-ritual de rua" ao contexto urbano ou rural. Ancoragem: Mantenha o território da apresentação como foco prioritário. Desafios e Atualizações Cruciais: Coerência: Fusão orgânica entre Quilombismo, Amefricanidade e perspectiva indígena. Articulação: Mantenha a antropofagia cultural de Zé Celso, recriando elementos locais. Equilíbrio: Balanceie denúncia de injustiças com celebração da resistência. Integração: Incorpore e atualize dados sobre impactos climáticos e sociais. Representação: Inclua artistas e narrativas locais. Musicalidade: Reflita a diversidade musical local. Participação: Garanta clareza nas instruções e habilidade dos facilitadores. A "Bússola do Oykos" conecta elementos naturais e culturais às problemáticas. O êxito da ópera depende de pesquisa territorial aprofundada, sensibilidade cultural e atualização constante de dados. Assim, a performance "ilumina" e promove transformação social.

A potência política da mestiçagem é a desconstrução das bases racistas do mundo e dessa consciência nasce o sistema filosófico Yékit (os papéis sendo rasgados prefiguram a descontrução das bases racistas do mundo colonial responsável pela extinção da sustentabilidade na Terra, pelas perdas de diversidade cultural e biodiversidade produzidas pelo aliciamento de todos os povos da Terra para o necromercado. É por isso que a obra erguemos, nas ruas, o palco da insubmissão ancestral e proclamamos o carnaval futurista do biopoder que emana de nossos corpos mestiços dançantes, assumindo o pardo papel que nos cabe: a destruição total de todos os necropoderes eivados de racismo que subsistem nos escombros da colonialidade.
\
Yékit Ópera
Sua vocação é descolonizar as identidades e democratizar o espaço cênico. Transformar a plateia através da jornada ritualística para ressignificar histórias, resgatar memórias da ancestralidades e agir sobre o corpo do território de modo político-ritual.
O Multi-Papel provoca a fluidez identitária, confrontar ontologias coloniais e dilui as múltiplas camadas do ser em ato de libertação performática.
Transmutação Social
YÉKIT oferece ferramentas para mudanças profundas e sustentáveis em estruturas comunitárias, promovendo transformação coletiva e individual pela arte.
Forja Revolucionária
Esta filosofia forja a revolução Yékit, redefinindo o imaginário político e social com novas formas de existência e resistência cultural.
Potência Coletiva
O YÉKIT convida criadores, artistas e comunidades a se apropriarem de seu poder transformador, catalisando novas narrativas e um futuro mais inclusivo.
Múltiplas Dimensões
Entrelaça aspectos éticos, estéticos, políticos, espirituais e ecológicos, reconhecendo a interconexão e a necessidade de uma abordagem holística para a transformação.
Um deserto de
imaginação política
A obra confronta a falta de imaginação política nas crises que ameaçam nossa existência.
Um ritual que funde o ancestral e o futurista, onde cosmogonias não-ocidentais e potências revolucionárias convergem em renovação.
1
Origem e Concepção
A obra surge como um contramanifesto diante das crises contemporâneas (ambiental, racial, existencial), aprofundando a discussão sobre a complexidade da "parditude" brasileira e seus múltiplos significados.
2
Território-Identidade
A mestiçagem é revisitada e analisada de forma crítica, desafiando a narrativa da democracia racial e explorando seu potencial como força de transformação social e identitária.
3
Filosofia em Ação
A filosofia Yékit materializa-se na ruptura com classificações coloniais, propondo transmutação e novas existências.
4
Espaço Ritual
Convergência de sabedorias ancestrais e visões futuristas para corporalidades emancipadas e horizontes libertadores.
Temática
A obra aborda a complexidade racial brasileira, o racismo estrutral e ambiental, a crise climática, ancestralidade e colonialidade, buscando o do-in energético, nos pontos vitais do território.
Racismo Estrutural
Confronta o racismo estrutural na sociedade brasileira, revelando mecanismos de poder que naturalizam a desumanização e desigualdades sistêmicas.
Crise Climática
Conecta a devastação ambiental ao projeto colonial, propondo uma ecologia decolonial que protege corpos racializados e ecossistemas.
Ancestralidade
Invoca sabedorias e cosmogonias ancestrais como fonte de resistência e ética, conectando lutas passadas e presentes a futuros libertadores.
Colonialidade
Desafia estruturas coloniais persistentes em instituições e subjetividades, confrontando padrões eurocêntricos de saber e poder.
Linguagem-Ritual
A obra entrelaça elementos numa dramaturgia híbrida, atuando como espetáculo, ritual e intervenção sociopolítica, adaptando-se a cada território.
Cenas-rituais
Elementos naturais como narradores, criando portais entre tradição e contemporaneidade, reconectando a ciclos naturais e memórias coletivas.
Canções intercaladas
Batimentos rítmicos com títulos como "Canto da Obscenidade", amplificando a dimensão sensorial-revolucionária.
Microcenas
Momentos de intensidade dramática onde contradições sociais convergem, materializando questões através de corpos-territórios.
Instruções ao público
Partituras para participação revolucionária, ancoradas em pedagogias críticas, dissolvendo a fronteira entre contemplação e agência transformadora.
TEATRO PARA RASGAR
TODOS OS PAPÉIS
PRÉ-ESTABELECIDOS
A estética busca operar como uma contra-pedagogia sensorial, recusando o universalização de padrões eurocêntricos e a sensorialidade colonial para reengajar as sensibilidades suprimidas como ferramentas de insurreição estética e cultural.
Yékit-Guia:
A Metodologia do Quilombismo
A Yékit Ópera propõe uma jornada ritualística e performática que catalisa a transformação individual e coletiva. Utilizando o Astrolábio Transmídia do Yékitbuk, uma ferramenta inovadora, os participantes são convidados a transcender a passividade e se tornarem cocriadores ativos, acessando um verdadeiro portal dimensional para a construção de novas realidades.
  • Navegação Coletiva: Cocriação de mapas para o "Oykos" sonhado, em celebração e regeneração comunitária, fomentando a autonomia e a colaboração.
  • Integração Dimensional: Espetáculo-ritual circular que une de forma intrínseca aspectos políticos, espirituais e ecológicos da existência, com performers atuando como guias e facilitadores da transformação.
  • Criação Adaptativa: Um mapa flexível e orgânico, fundamentado em liderança circular e escuta profunda, permitindo adaptação contínua a diversos contextos culturais e sociais.
  • Equilíbrio Cênico: Coexistência harmoniosa de precisão técnica na performance e abertura total ao inesperado. Participantes tornam-se "navegantes" que exploram e fortalecem conexões ancestrais e futuras.
Essa arquitetura multissensorial, construída a partir da arte e da ritualidade, opera como um centro político ativo. Utiliza a beleza não apenas como contemplação, mas como uma geometria catalisadora de transformações sociais profundas, abrindo caminhos para novas formas de existir e interagir coletivamente.
"Yékit Locus"
A obra transforma o ambiente urbano em um centro cerimonial e laboratório vivo, para resgata saberes ancestrais e criar espaços de resistência e inovação ativa.
Primeiro Anel: Núcleo Gerador
O coração ritual, irradiando energia que conecta a memória coletiva e visões de futuro, impulsionando a experiência no "Yékit Locus" com ancestralidade e potência criativa.
Segundo Anel: Membrana Semipermeável
Um portal que amplifica a energia central, guiando o público através de rituais. Convida à participação ativa, dissolvendo barreiras entre observador e performer para uma imersão profunda.
Terceiro Anel: Campo Receptivo Transformador
A plateia se torna cocriadora ativa. Suas interações e respostas comunitárias ressignificam a performance, impulsionando uma contínua revolução estética e social para além do espaço cênico.
YÉKIT ACTUS
é um ritual teatral coletivo que transcende convenções e desmantela estruturas coloniais, convidando à participação plena de todos.
1
Co-Criação
Dissolve as fronteiras tradicionais entre atores e público, transformando cada participante em um co-criador ativo de territórios insurgentes.
2
Regeneração
Recupera e honra saberes ancestrais apagados pelo colonialismo, promovendo uma profunda cura coletiva e a reconexão vital com a terra e a ancestralidade.
3
Ignição
Catalisa metamorfoses profundas através da energia e presença compartilhada, despertando potências latentes em corpos-territórios historicamente silenciados.
4
Fluxo Espiral
A ação se desenha em espirais sagradas e contínuas, entrelaçando memórias ancestrais e futuros libertários para romper o pensamento linear e cartesiano.
Yékit Corpus:
A Forja do Corpo Coletivo
Corpo-Devir
Um corpo em constante metamorfose, que transcende categorias fixas e abraça a fluidez, ressignificando continuamente a existência individual e coletiva.
Tecido Conectivo
A trama de relações, afetos e saberes que une Yékits em uma coletividade orgânica, interdependente e resiliente, celebrando a vida em comum.
Arquivo Ancestral Vivo
Um repositório dinâmico de memórias, rituais e tecnologias afro-indígenas, que pulsa no presente e guia o caminho para futuros descolonizados.
Território de Insurgência
O espaço onde a resistência contra as lógicas coloniais e a afirmação da autodeterminação se manifestam através de práticas corporais e estéticas revolucionárias.
O Yékit não é um fim em si mesmo, mas um caminho. Sua existência se justifica na construção de um corpo coletivo resiliente e na descolonização do ser, culminando na visão de um mundo pós-racial.
Construção da Coletividade
O propósito inicial do Yékit é a forja de um corpo coletivo, um espaço de união e força que transcende as divisões impostas pelas narrativas coloniais.
A Revolução do Ser
Através da ação e da resistência, o Yékit catalisa uma revolução que transforma as estruturas opressoras e redefine a própria existência.
Transcendência Pós-Racial
Ao cumprir sua missão, o Yékit se dissolve, não em esquecimento, mas na plenitude de um mundo pós-racial, onde a unidade é inerente.
A Corporeidade Yékit
A corporeidade Yékit é um espaço somático onde corpos diversos transformam opressões em potência criativa. Cada performance é um ato político que reconfigura relações de poder nos corpos-território.
Metamorfose como Resistência
Reivindicamos a metamorfose contra as identidades coloniais fixas e opressoras. A fluidez identitária não é apenas um escape, mas um ato revolucionário que desafia categorizações e abre caminho para novas formas de ser e existir.
Vulnerabilidade e Interdependência
Nesse contexto, celebramos a interconexão profunda entre todos os seres e a vulnerabilidade como fontes intrínsecas de potência. Reconhecer nossa dependência mútua impulsiona a libertação coletiva e a construção de comunidades mais resilientes.
Descolonização Sensorial
Recuperamos percepções e sensibilidades suprimidas pelo pensamento ocidental hegemônico. Isso significa liberar os sentidos da racionalidade cartesiana, reativando canais perceptivos ancestrais que nos conectam à sabedoria do corpo e do ambiente.
Economia Política dos Gestos
Resgatamos e re-significamos movimentos e expressões corporais que foram historicamente criminalizados e estigmatizados. Cada gesto se torna uma insurgência, um território de re-existência que carrega consigo memórias ancestrais e projeta futuros possíveis.
Corporeidade
versus
Corporalidade
Na filosofia Yékit, corporeidade e corporalidade são pilares essenciais para uma compreensão holística do ser, unindo teoria e prática.
Corporeidade
Concebe o corpo como um território ontológico fluido e vibracional, que transcende o físico para ser espaço de ser, conhecimento e conexão com o cosmos em constante transformação.
Corporalidade
É a manifestação tangível da filosofia Yékit. Através da presença cênica e da ação, canaliza memórias ancestrais e coletivas, expressando verdades profundas pela linguagem do corpo em movimento.
O Corpo-Coletivo do Antirracismo Encaranado
A desaparição do Yékit é a sua maior vitória, significando a realização plena de seu ideal: um mundo onde as categorizações raciais perdem o sentido e a verdadeira pluriversalidade floresce. Até lá, seremos a ocupação dançante de nossos corpos mestiços.
1
Dança e Coreografia
Nos movimentos circulares e rituais, um corpo social dançante emerge, tecendo auras de consciência expandida. Esses gestos canalizam a sabedoria ancestral e forças regenerativas, vitalizando a comunidade e o ambiente ao seu redor.
2
Marcha Simbólica
Como rios de esperança, a marcha celebra a liberdade coletiva. Cada passo é uma jornada que conecta o passado ancestral ao futuro que se constrói, desenhando a cosmologia Yékit em formações espirais contínuas.
3
Atos Coletivos
Gestos de solidariedade e mãos unidas revelam uma profunda interdependência que nutre a transformação social. Com intenções cristalinas, esses atos restauram equilíbrios e curam feridas coletivas, promovendo a coesão e o bem-estar.
O Corpo-Território
O Vale do Jequitinhonha é um território simbólico de tradições milenares, resistência e renovação. A performance o evoca como um estado de espírito, capaz de florescer em condições áridas, transformando escassez em abundância pela criatividade coletiva. É a essência do "ser yékit": encontrar na contradição a semente para a transformação profunda.
A obra entrelaça falas poéticas, "sussurros estatísticos", melodias, pausas ancestrais, danças e projeções, celebrando a potência criativa que surge da escassez material, através de uma rica tapeçaria de elementos artísticos.
As artesãs do Vale, guardiãs de saberes ancestrais, transformam a terra estéril em arte vibrante, espelhando a jornada yékit de metamorfose. O rio Jequitinhonha, por sua vez, metaforiza o movimento constante entre passado e futuro, carregando histórias de dor, superação e renovação que moldam a identidade local. O Vale transcende sua geografia física, tornando-se encruzilhada de possibilidades e jardim de resistência e inspiração.
Mãos Criadoras
As artesãs do Vale, com seu conhecimento ancestral, transformam a terra árida em arte vibrante, simbolizando a capacidade de criar beleza a partir da escassez.
Rio da Memória
O rio Jequitinhonha personifica a resiliência do povo, fluindo através de histórias de dor e superação, e alimentando a constante renovação cultural.
Florescimento
Assim como a natureza do Vale, a criatividade coletiva permite que a prosperidade floresça mesmo em solos áridos, um verdadeiro testemunho do espírito "yékit".
Metamorfose Yékit
A contradição é vista não como obstáculo, mas como a própria semente para uma profunda transformação, gerando novos modos de existência e expressão.
Como terra-corpo e corpo-território, o Vale abriga e perpetua tradições que tecem narrativas da potência nascida da escassez e da capacidade humana de ressignificar.
A Revolução do Quilombismo Amefricano
Teatro Épico
Reconfigura o distanciamento brechtiano, utilizando-o não para alienar, mas para provocar uma reflexão crítica que se converte diretamente em ação coletiva transformadora, engajando o público na construção de novas realidades.
Concerto Político
Música insurrecional que, além de ativar consciências e corpos, resgata a potência dos antigos Centros Populares de Cultura. É um chamado à participação e à celebração da diversidade cultural como forma de resistência e empoderamento.
Performance Coletiva
Através da horizontalidade radical e de gestos simbólicos que desestabilizam hierarquias tradicionais, esta performance reconstrói os tecidos sociais, promovendo a coesão e o reconhecimento mútuo entre os participantes, fomentando uma nova organização comunitária.
Uma Primavera da Contracolonialidade
A perspectiva contracolonial revela mundos que já existem e florescem além do sistema dominante. Estes não são utopias distantes, mas realidades alternativas que se manifestam nas intrincadas teias de relações sociais, culturais e espirituais forjadas pelas comunidades que resistem à homogeneização imposta pelo sistema hegemônico. Suas características incluem a valorização da diversidade, a interdependência e a circularidade, em contraste com a linearidade e a fragmentação promovidas pela lógica colonial.
A resistência ao sistema hegemônico ocorre através da revitalização de saberes ancestrais e da reinvenção de práticas comunitárias, que se tornam bastiões de autonomia e dignidade. Nessas realidades, a conexão com a terra, os ciclos naturais e a ancestralidade não são meros elementos folclóricos, mas pilares de uma cosmopercepção que guia a ação política e a organização social, permitindo a construção de futuros plurais e justos, onde a vida é celebrada em todas as suas formas.
Consciência Expandida
Saberes ancestrais e contemporâneos se entrelaçam em harmonia, fomentando uma percepção mais profunda da realidade. Essa fusão expande nossa compreensão do mundo, integrando visões diversas e interconectadas.
Espiritualidade como Dança Política
O ritual coletivo emerge como tecnologia ancestral de transformação social, ativando corpos e mentes. Ele ressignifica a espiritualidade como um ato de resistência e construção de novas realidades políticas e culturais.
Arte como Ponte de Encontro
Linguagens artísticas acessam dimensões que escapam às categorias analíticas, oferecendo caminhos para a compreensão e a conexão profunda. A arte se torna um espaço vital para o diálogo intercultural e a expressão de realidades suprimidas.
Ecologia de Saberes
Múltiplas formas de conhecimento coexistem em diálogo e reinvenção contínua, valorizando a diversidade epistemológica. Reconhece-se que diferentes cosmovisões são fundamentais para a construção de soluções complexas e sustentáveis.
A práxis decolonial é uma convergência ética, estética e política. Teoria e prática, reflexão e ação fundem-se em um ato criativo.
Saberes Não-Hierárquicos
Celebramos a totalidade do conhecimento, valorizando a sabedoria de múltiplas fontes. Rejeitamos a hierarquia eurocêntrica que desqualifica outras formas de compreensão do mundo, promovendo um intercâmbio equitativo de ideias.
Coletividade Ancestral
Dançamos e criamos no ritmo do "nós", inspirados pela filosofia Ubuntu. O sucesso individual é percebido como uma conquista coletiva, fortalecendo os laços comunitários e a memória ancestral que nos guia.
Anti-Cartesianismos
Integramos mente e corpo como uma unidade indissociável, superando as divisões artificiais impostas por filosofias cartesianas. Em nossa prática, o corpo teoriza e a mente dança, expressando um conhecimento holístico e vivido.
Tempo Espiral
Ontem, hoje e amanhã se encontram em constante diálogo. Nossos ancestrais caminham conosco em uma temporalidade não-linear, onde cada apresentação é um momento de Sankofa, revisitando e resignificando o passado para construir o futuro.
A Contracolonialidade Como Espiritualidade
Ato de Cura
Busca pela restauração dos traumas coloniais e ressignificação da dor histórica, promovendo a libertação e o bem-estar coletivo através de práticas ancestrais de cuidado.
Ato de Resistência
Consiste na ocupação estratégica do espaço público e na subversão das linguagens hegemônicas, desmantelando estruturas de dominação e afirmando identidades marginalizadas.
Ato de Reimaginação
Implica na reescrita radical de narrativas históricas e culturais, abrindo caminho para a criação de futuros diversos e a emergência de novas formas de existência e pensamento.
Ato de Reconexão
Foca na religação com saberes ancestrais, muitas vezes apagados ou silenciados, reativando tecnologias de existência milenares que oferecem alternativas ao paradigma colonial.
O Sistema
Cênico Yékit
O Sistema Cênico Yékit, com apenas 10 corpos em cena, gera mais de 25 constelações de personagens, redefinindo o paradigma teatral.
Economia Criativa Fractal
10 corpos em cena geram múltiplas identidades, otimizando recursos. Transforma o finito em expressão cênica infinita.
Libertação Ontológica
Identidades transitórias e interconectadas subvertem o individualismo teatral, promovendo a fluidez identitária como um ato de liberdade.
Ressonância Primordial
Cada metamorfose cênica ressoa com arquétipos ancestrais, ativando o inconsciente coletivo. Essa plasticidade transforma o impossível teatral em realidade.
vivência cênica
PARDOS PAPÉIS propõe uma vivência cênica transformadora através de três dimensões complementares: circular, imersiva e insurgente.
A experiência rompe paradigmas teatrais em três vertentes:
1
Circular
Desestabiliza o teatro linear, criando espaços não-hierárquicos. Integra a filosofia Yékit, onde passado, presente e futuros coexistem, ressignificando as tradições afro-diaspóricas e sua circularidade intrínseca.
2
Imersiva
Mobiliza todos os sentidos e emoções, superando a primazia da razão. Transforma espectadores em co-criadores ativos, utilizando tecnologias ancestrais e contemporâneas para intensificar a presença e ativar novas sensibilidades políticas no espaço urbano.
3
Insurgente
Resiste ativamente ao racismo estrutural, à crise climática e às heranças da colonialidade. A performance prefigura a construção de outros mundos possíveis através da experiência coletiva e compartilhada. Atua na recuperação de saberes e narrativas silenciadas, afirmando os corpos racializados como potentes agentes de transformação social e cultural.
MÚLTIPLAS CONFLUÊNCIAS
Natureza Coletiva
Promove a emergência de saberes e práticas coletivas que desconstroem o individualismo, fomentando uma consciência mútua e criando redes profundas de pertencimento e suporte entre todos os participantes.
Trânsito Ontológico
Expressa a manifestação de corporeidades fluidas que se movem livremente entre planos visíveis e invisíveis, transmutando identidades e percepções, e revelando a interconexão entre o mundo material e o espiritual.
Temporalidade Múltipla
Permite a coexistência de presenças na espiral do tempo, unindo memórias ancestrais, heranças culturais e futuros insurgentes em um presente contínuo e dinâmico, desafiando a linearidade.
Potência Transformadora
Atua como catalisador de metamorfose profunda, irradiando princípios vitais e gerando epifanias que despertam novas formas de ser e interagir com o mundo.
A Inspiração do Yékitbuk
O Yékitbuk propõe uma revolução biopoética no Vale do Jequitinhonha, integrando saberes ancestrais e visões futuristas para construir um futuro mais justo e orgânico através da arte.
Manifesto Encarnado
Materializa-se em personagens e ações performáticas, convertendo conceitos teóricos em uma prática cultural e social vivenciada por todos.
Teatro como Semente
A performance teatral atua como catalisador, plantando as sementes da mudança e estimulando novas formas de expressão e interação no espaço urbano.
Fusão de Linguagens
Integra diversas linguagens como poesia, dança e tecnologias digitais, fomentando um diálogo profundo entre ciência, arte e espiritualidade ancestral.
Reinvenção da Rua
O espaço público é ressignificado como um quilombo efêmero, desestabilizando hierarquias e materializando novas formas coletivas de habitar e interagir na cidade.
Conceito-Baile: a Yékit-Revo-Luta
A yékit-revo-luta representa uma insubmissão dançante, que une a força ancestral e a visão futurista para desmantelar criticamente as estruturas coloniais e promover a libertação individual e coletiva.
Temporalidade Múltipla
Conecta saberes ancestrais e futuros emergentes, rompendo com a linearidade ocidental para uma percepção mais ampla do tempo.
Luta Criativa
É um amálgama potente de resistência política e criação artística, que gera novos mundos e realidades possíveis.
O Sistema Filosófico Yékit
O Pensamento Yékit é uma proposta filosófico-estético-política inovadora que ressignifica identidades racializadas no Brasil.
Nascido do Yékitbuk, coloca a mestiçagem em cena, faz do corpo território político, desafiando fronteiras raciais. É uma narrativa contra-hegemônica que considera a mestiçagem uma salvaguarda antirracista.
Revolução Biopoética
Manifesto que busca reconexão com ciclos naturais da vida, resistindo ao capitalismo extrativista e à desertificação do imaginário político-social.
Rasgar de Papéis
Gesto performativo de libertação que desfaz classificações raciais impostas. Desconstrói documentos coloniais em favor de autodefinição e força ancestral.
Ancestralidade Viva
Abordagem teatral que mobiliza tecnologias ancestrais afro-indígenas como ferramentas contemporâneas, conectando saberes tradicionais e urgências atuais pela corporeidade ritual.
Vale do Jequitinhonha
Berço metafórico de tradições culturais que dialogam com urgências contemporâneas, simbolizando a resistência mestiça brasileira em seus ofícios, cantos e sabedorias populares.
Não Somos Humanos, Somos Yékits
"Não somos humanos, somos yékits!" A categoria "humano", tal como concebida pela modernidade ocidental, é uma construção colonial. Ela foi historicamente utilizada para justificar a aniquilação de outras espécies e a exploração do mundo, carregando sombras colonizadoras e servindo como instrumento de segregação e hierarquização. Na condição Yékit, reinventamos nossa relação com o tempo, o espaço e a matéria, descolonizando pensamentos e a própria experiência sensorial. Abrimos, assim, portais para modos de ser e existir que foram sistematicamente negados e oprimidos pela modernidade ocidental.Humanos São Eles: os arquitetos e perpetuadores do Colonialismo, da Escravidão e da "Invenção da Natureza" como algo a ser dominado.
Nós Não Somos Humanos Porque Não Queremos Ser Iguais a Eles do Colonialismo, da Escravidão e da "Invenção da Natureza"
Interconexão Cósmica
União indissolúvel de todos os seres, onde a individualidade se dissolve nas teias complexas das relações e ecossistemas. Reflete a visão de que somos parte de um todo maior, não entidades isoladas.
Tempo Espiralado
Circularidade onde o ancestral e o futuro coexistem no presente. O passado não é linear, mas um guia constante que informa e molda as ações do agora, conectando-se a futuras possibilidades.
Primazia Comunitária
Foco no bem-viver coletivo e na reciprocidade. O território é percebido como uma extensão viva do ser, resistindo ativamente às lógicas de dominação e exploração de recursos.
Yékit Cosmos
No cosmos Yékit, reacomodar textos é um ritual sagrado que subverte hierarquias coloniais. Esta alquimia une corpo e palavra, gerando potências libertadoras no tempo-território, revelando uma nova forma de habitar e interagir com o mundo.
Deslocamento Epistêmico
Desestabiliza o saber colonial, contestando narrativas dominantes para criar novas constelações de significado e territórios de insurreição cognitiva, fundamentadas em outras lógicas e vivências.
Circularidade Cósmica
Supera a linearidade ocidental, conectando passado e futuro em um fluxo contínuo de regeneração contracolonial, onde os ciclos da natureza e da vida guiam a evolução.
Sabedoria Comunitária
Dissolve a autoria individual em uma criação coletiva e partilhada, onde cada participante gera significados que fluem livremente entre corpos e consciências, fortalecendo os laços comunitários.
Germinação Insurgente
Converte palavras em sementes rebeldes, que florescem em ecossistemas contracoloniais enraizados no Vale do Jequitinhonha, promovendo a autonomia e a diversidade cultural.
Esta práxis materializa a cosmovivência Yékit através de geometrias revolucionárias e interconexões profundas. Corpos, palavras e territórios entrelaçam-se em uma dança cósmica e incessante, tecendo redes de libertação e novos horizontes de existência.
A Ação Yékit
"Não somos humanos, somos yékits! Humanos são eles do colonialismo e da escravidão, que extinguiram a sustentabilidade e o equilíbrio ecológico por onde passaram."
A obra, através dessa provocação, diferencia modos de existência, propondo uma cosmologia política vital para além das lógicas ocidentais:
Ação Humana (Colonial)
  • Colonialismo, racismo e ecocídio: sistemas de dominação que anulam a diversidade e a vida.
  • Exploração que mercantiliza corpos e territórios, reduzindo-os a meros recursos para o capital.
  • O "extermínio programado" da vida e da cultura, inerente à lógica capitalista de acumulação.
  • Hierarquias que mascaram a destruição como progresso civilizatório.
Ação Yékit (Contracolonial)
  • Insurgência epistêmica baseada em saberes milenares comunitários, que reagem à narrativa dominante.
  • Alquimia de arte, política e espiritualidade, tecendo novas formas de resistência e existência.
  • Mestiçagem como força libertadora e revolucionária, que desafia categorizações e hegemonias.
  • Vale do Jequitinhonha: um lugar de abundância simbólica e resiliência cultural na aparente escassez material.
Essa distinção se manifesta em práticas ancestrofuturistas (sonoras, rituais, corporais) que, para além de criticar, criam caminhos de libertação e realidades alternativas nas fissuras coloniais.
Yékit Personae
Em Pardos Papéis, as personagens são potências ancestrais que formam o Yékit Personae – singularidades plurais na arquitetura cósmica das relações.
Os corpos em cena são memórias coletivas e sabedorias silenciadas, arquivos vivos que rompem a linearidade colonial.
Vórtices Dimensionais
Estes vórtices funcionam como portais ou pontes, unindo o plano material e o espiritual, o tangível e o etéreo. Eles revelam a interconexão de diferentes camadas da existência, permitindo o fluxo de sabedorias e energias entre mundos.
Espirais Temporais
As espirais temporais transcendem a linearidade do tempo, entrelaçando a rica herança ancestral das personagens com a projeção de futuros possíveis e libertários. Elas desafiam narrativas coloniais ao reativar memórias e projetar novas possibilidades.
Corporeidades Transcendentes
Estas corporeidades não são meros corpos físicos, mas sim complexas geometrias relacionais que manifestam a interconexão de tudo. Pulsam com uma energia vital que transforma e redefine a realidade, resistindo à fragmentação imposta.
Na epistemologia Yékit, estas presenças são pontos de convergência e irradiação, materializando a cosmologia viva da obra e expandindo a compreensão sobre o ser e o existir.
O SISTEMA
MULTI-PAPEL
A obra utiliza um sistema "Multi-Papel", onde intérpretes encarnam energias interconectadas, refletindo a complexidade brasileira através de entidades-força.
Estado/Necropoder
Estrutura polimórfica (tribunal, corporação, algoritmo) que materializa a necropolítica, exercendo poder sobre vidas e territórios, definindo o que é descartável e o que pode prosperar.
Coro-Organismo das Parditudes
Coletivo da mestiçagem que, através dos intérpretes, canaliza consciência e resistência. Expressa-se por movimentos, percussão e vocalizações, ativando memórias ancestrais do Brasil profundo.
Yékitbuk
Manifesto transformador que se revela na dança-texto, funcionando como um catalisador de mudanças. Ele pavimenta o caminho para futuros libertários, fundamentados em justiça socioambiental e sabedorias ancestrais.
Forças Trans-subjetivas
Estas potências transcendem individualidades, tecendo o manto revolucionário da obra e conectando memória ancestral com estruturas de poder numa cosmologia viva:
Tereza-Mulher Sol
Liderança quilombola atemporal, portadora de saberes milenares de cura e resistência. Ela personifica as "parditudes" como uma força primordial irradiando dos territórios insurgentes.
Lítio-Deidade Fóssil
Entidade mineral que reflete a dualidade dos recursos naturais: um portal para a vida e tecnologia, ou um abismo de exploração. Transmuta-se entre cristalizações ancestrais e fluidez tecnológica.
Narradora-Griot: Guardiã da Memória
Contraponto ao esquecimento colonial, ela transcende fronteiras temporais com sua voz-canção. Reverbera sabedorias silenciadas, mobilizando forças transformadoras ancestrais.
Personagens Coletivas do Público
Estas forças coletivas no Yékit Cosmos manifestam potências ancestrais, unindo sabedorias quilombolas e afro-brasileiras para traçar horizontes libertadores.
A Corporeidade Yékit como Política
A corporeidade Yékit vai além da estética, configurando-se como um ato político essencial que molda e manifesta novas formas de existência e interação no mundo:
Insurgência Contra Hegemonias
O corpo Yékit insurge ativamente contra as hierarquias coloniais de raça, gênero e capacidade. Torna-se um poderoso veículo de contestação, amplificando a visibilidade e as vozes de corpos historicamente subalternizados e marginalizados.
Metamorfose como Revolução
A metamorfose contínua da corporeidade Yékit age como um movimento revolucionário que resiste à imposição de identidades fixas. Ao desafiar a estabilidade e a normatividade, desmantela os aparatos de poder que buscam categorizar e controlar a existência.
Interdependência Radical
A prática Yékit celebra a vulnerabilidade e a profunda interconexão entre todos os seres, humanos e não-humanos. Essa perspectiva radical desmantela o mito do indivíduo autossuficiente, confrontando as lógicas capitalistas que promovem a competição e o isolamento.
Habitar o Indeterminado
Ao abraçar a ambiguidade e a fluidez, esta corporeidade subverte os binarismos ocidentais rígidos, como corpo/mente, homem/mulher ou natureza/cultura. Isso promove uma existência mais libertária que confronta categorizações coloniais e opressoras.
Dessa forma, o corpo Yékit se configura como um laboratório de experimentação política, prefigurando novos mundos e formas de existência coletiva em constante libertação e reinvenção.
A Metamorfose Manifesta
No Sistema Cênico Yékit, tecnologias de transição e portais transformacionais são a essência da multi-presença. São sabedorias ancestrais que transformam o corpo do intérprete num território de convergência para presenças plurais e forças revolucionárias.
Cerimônias de Passagem
São rituais que transmutam vulnerabilidades individuais em potente expressão cênica. Cada passagem é uma celebração do que se foi e do que emerge, conectando facetas distintas do ser em um fluxo contínuo de novas possibilidades performáticas e emocionais.
Artefatos Dimensionais
Máscaras, cetros e mantos não são meros adereços, mas portais que convidam a alteridade a se manifestar. Atuam como extensões entre dimensões, amplificando o espectro expressivo e incorporando memórias arquetípicas que intensificam a presença cênica do corpo.
Cartografias Corporais
Gestos-matriz e um vocabulário cinético singular garantem fluidez e autenticidade através das metamorfoses. Esta topografia somática permite navegações orgânicas entre territórios identitários, preservando uma coerência energética profunda mesmo em meio às contradições.
Estrutura dos Atos
A dramaturgia se desdobra em espiral sagrada, materializando reconhecimento, resistência e reconstrução territorial. Cada ato vibra na cosmologia Yékit, fluindo entre confrontação, revelação e celebração como partes do mesmo ciclo cósmico.
1
Ato I - "Diagnóstico do Território"
Este ato revela as feridas coloniais através de "gritos estatísticos" corporificados, transformando dados brutos em expressões viscerais que cartografam as cicatrizes sociais e históricas.
2
Ato II - "Insurreição dos Saberes"
Luminosidade e aprendizado emergem no Tribunal dos Papéis, contestando a classificação racial e resgatando epistemologias silenciadas para uma ecologia de conhecimentos plurais.
3
Ato III - "Confronto e Transmutação"
O enfrentamento com forças opressoras culmina na Constelação Parda, uma nova configuração de poder coletivo. A corporeidade intensifica-se, convertendo opressão em potência criativa e regenerativa.
4
Ato Final - "Corpo-Território Liberado"
Uma celebração coletiva em música-dança materializa um futuro onde corpos-territórios descolonizados vibram em harmonia, multiplicando uma revolução estética e dissolvendo-se na pulsação urbana.
Esta arquitetura transcende a cronologia ocidental, encarnando a concepção Yékit de tempo espiralado. Passado, presente e futuro fundem-se num continuum de potências revolucionárias, formando uma geometria de libertação coletiva.
Rituais Específicos
Estas práticas manifestam princípios essenciais da obra, conectando sabedorias ancestrais às urgências do presente:
1
Ritual das Sementes
Uma celebração de renovação e da perene continuidade vital. Os participantes plantam sementes, firmando um pacto ecológico com a terra que transcende a fugacidade da performance e enraíza o futuro coletivo.
Teia de Conexões
Através de fitas e cordões, tecem-se geometrias de profunda interdependência e solidariedade. Inspirada na sabedoria da tecelagem ancestral, esta rede viva revela os inquebrantáveis vínculos entre corpos e territórios, simbolizando união e resistência.
Mapeamento Corporal
Inscrições corporais que se tornam um manifesto vivo de memória e resistência. Com pigmentos naturais da terra, os corpos transformam-se em territórios simbólicos através de grafismos sagrados, afirmando a ancestralidade e descolonizando as tradições indígenas e africanas.
Participação e
Gestão do Público
A participação é a essência desta obra, transformando a experiência através da interação e de princípios fundamentais:
Jornada Ritualística
O público transita de testemunha a co-criador, dissolvendo fronteiras entre arte e vida para uma imersão completa.
Trama Invisível
Códigos gestuais do coro/guias integram a coletividade, usando sabedorias ancestrais para construir pontes e significados.
Espaço Sagrado
A logística urbana transforma-se em arquitetura do ritual, incorporando imprevistos como elementos da dramaturgia.
Esses pilares guiam a interação, onde a vulnerabilidade é fonte de potência, as tradições locais são honradas, e as configurações espaciais promovem encontros e liberdade coletiva. Essa arquitetura participativa materializa a utopia, co-criando novas realidades.
A Dimensão Estética
A estética contracolonial desta obra revoluciona a percepção, integrando princípios ancestrais de culturas silenciadas. Esta insurgência transcende fronteiras por meio de duas dimensões interconectadas:
Transcendência da Hierarquia Sensorial
A obra dissolve a primazia do olhar ocidental, equilibrando tato, olfato, paladar e audição com a visualidade. Esta harmonização resgata cosmopercepções originárias que viam a experiência estética como integralmente corporificada.
Cada sentido se torna um portal para memórias ancestrais, permitindo o acesso a uma vasta tapeçaria de saberes milenares. Através de experiências corpóreas e imersivas, a obra restaura a conexão profunda entre o corpo e o conhecimento, transmitindo legados culturais que foram historicamente marginalizados.
Comunhão Criadora Revolucionária
A obra elimina a separação entre criação e fruição, transformando todos em artistas e público simultaneamente. Isso honra a fluidez das expressões culturais não-ocidentais, onde a arte nunca foi isolada, e promove uma participação ativa de cada indivíduo na construção do significado.
Ao resgatar a função ritual da experiência estética, a obra opõe-se à mercantilização, criando um espaço de coesão social e transmissão de saberes que resistem à violência colonial, fortalecendo laços comunitários e identidades culturais.
A Dimensão Política
Yékit é uma insurreição epistêmica que materializa organizações sociais a partir de saberes ancestrais suprimidos.
Ruptura com a Colonialidade
Desestabiliza estruturas de poder pós-coloniais, expondo hierarquias racializadas e marginalizações em instituições, linguagem e micropolíticas do cotidiano.
Cosmopolíticas Alternativas
Revitaliza sistemas indígenas e afrodiaspóricos de reciprocidade, comunitariedade e bem-viver, contrapondo os modelos eurocêntricos e capitalistas esgotados.
Memórias de Resistência
Resgata e honra histórias de luta obliteradas, criando arquivos vivos que alimentam movimentos contemporâneos por justiça social e autodeterminação.
Organização Comunitária
Inspira-se em práticas ancestrais como quilombos e terreiros, onde a solidariedade, a circularidade e a ancestralidade geram alternativas ao paradigma ocidental dominante.
Territorialidades Fluidas
Articula soberanias compartilhadas e desafia a concepção de fronteiras fixas, evocando cidadanias plurais e identidades em constante movimento, para além dos conceitos geográficos hegemônicos.
A Dimensão Espiritual
A práxis decolonial integra ética, estética e política, fundindo teoria e prática em uma criação multidimensional que transforma a existência individual e coletiva.
Ato de Cura Ancestral
Cura traumas coloniais através de rituais e saberes ancestrais, reconectando comunidades à sua resiliência e reativando energias vitais.
Ato de Insurgência Criativa
Cria territórios autônomos e "zonas de fronteira" que fraturam o pensamento hegemônico, contrapondo estruturas de dominação.
Ato de Transfiguração do Real
Reescreve narrativas dominantes, expandindo horizontes pela imaginação política e rompendo a monocultura mental colonial.
Ato de Entrelaçamento Cósmico
Religa saberes ancestrais às lutas contemporâneas, tecendo redes que permitem a coabitação de múltiplas formas de existência.
Aldeia e Quilombo
Na cosmologia Yékit, o corpo é território vivo de libertação, superando a condição de alvo colonial.
Território Insubmisso
O corpo é um espaço vital de resistência, carregando uma memória ancestral que não apenas desafia a dominação, mas também se recusa a ser subjugado, afirmando sua soberania e história.
Refúgio Nômade
Move-se e adapta-se através de diversos espaços, criando aberturas e fissuras significativas na ordem opressora, e protegendo ativamente saberes e práticas contracoloniais para as futuras gerações.
Espaço Coletivo
Trabalha ativamente na reconstrução da teia comunitária, fortalecendo laços e superando as fronteiras geográficas e sociais artificialmente impostas pelo projeto colonial para fragmentar identidades.
Portal Transtemporal
Serve como um portal que integra profundamente a sabedoria ancestral com visões de futuros possíveis, transcendendo a concepção linear do tempo e revelando outras formas de existência e conhecimento.
A Bússola do Oykos
1
Norte (Ar)
Verbo: Inspirar. A crise contemporânea se manifesta na asfixia e poluição do ar, tanto física quanto metaforicamente. A regeneração ocorre através da respiração ritual e coletiva, reoxigenando as consciências e promovendo a circulação de novas ideias e esperanças.
2
Sul (Água)
Verbo: Purificar. Diante da crise dos rios e águas contaminadas, a regeneração busca a lavagem e purificação coletiva. Este processo não é apenas físico, mas também de memórias ancestrais, limpando traumas e restaurando a clareza emocional e espiritual.
3
Leste (Fogo)
Verbo: Incendiar. Contra as queimadas e a mineração predatória que devastam nossos ecossistemas, a regeneração invoca o Fogo-Sagrado-Zé. Este fogo simboliza a paixão transformadora, a coragem para acender novas narrativas e a potência ancestral de revitalização cultural.
4
Oeste (Terra)
Verbo: Plantar. Em resposta à crise dos solos exauridos e à desconexão com a natureza, a regeneração se manifesta no plantio simbólico de futuros. Trata-se de enraizar novas práticas, cultivar a resiliência e nutrir a esperança de uma existência mais plena e conectada à terra.
Oykos: A Casa Comum
O Oykos é um framework de reorientação ético-ecológica, um "Teatro da Bússola" inspirado nas bússolas quilombolas, que redefine o 'Norte' como nossa casa comum e organismo planetário vivo, catalisando transformações e a regeneração planetária.
Instrumento Conceitual
Propõe uma reorientação de valores, promovendo uma compreensão sistêmica e profunda de nosso lar planetário e das interconexões da vida.
Ferramenta Pedagógica
Catalisa o resgate e a disseminação de saberes ecológicos ancestrais, essenciais para a reconexão com a vasta e interligada teia da vida.
Portal Ritual
Atua como um elo para reconectar vínculos ancestrais com a natureza e com a profunda sabedoria inerente aos seus ciclos e sistemas.
Revitalizamos a noção grega de 'oikos' (raiz de ecologia e economia), onde os seres humanos se reconhecem não como separados, mas como parte integrante e interdependente da teia da vida em nosso lar planetário.
Astrolábio Transmídia
Sistema multidimensional que mapeia realidades e orienta ações transformadoras, articulando plataformas em uma arquitetura com quatro componentes interconectados: núcleo central, interfaces adaptativas, rede colaborativa e instrumentos de mobilização.
Mapeamento de Realidades
  • Temporalidades: Integra passado, presente e projeta futuros regenerativos, reconhecendo a evolução e o impacto das ações ao longo do tempo.
  • Territórios: Mapeia dinamicamente pressões e potências sobre biomas e comunidades ameaçadas, identificando pontos críticos para intervenção.
  • Forças: Identifica forças invisíveis e visíveis, como energias sociopolíticas e movimentos cósmicos, que moldam e influenciam os contextos.
Orientação para a Yékit-Revo-Luta
  • Diagnóstico: Analisa criticamente as crises interconectadas e suas raízes, fornecendo uma base sólida para a ação.
  • Direcionamento: Guia ações regenerativas e descoloniais, promovendo soluções que restauram e fortalecem os ecossistemas e as culturas locais.
  • Metodologia: Oferece um conjunto de ferramentas e abordagens práticas para a mobilização e transformação territorial em diversas escalas.
Acessibilidade Atitudinal
Equipe imersa em ambiente acolhedor que integra todos os públicos, dissolvendo preconceitos e cultivando o respeito à diversidade.
Protagonismo Transformador
Pessoas com deficiência no centro das práticas inclusivas, desde a concepção, corporificando o princípio "nada sobre nós sem nós".
Ressignificação do Espaço
Confronto à segregação de corpos não-normativos, reconfigurando territórios com intervenções artísticas e arquiteturas sociais inclusivas.
Descolonização Sensorial
Quebra com percepções padronizadas, valorizando múltiplas cognições e existências sensoriais para ampliar horizontes estético-políticos na cena.
Recursos Cênicos
Os elementos cênicos funcionam como dispositivos rituais, entrelaçando dimensões abstratas e concretas para transformar vivências singulares em experiências coletivas, convidando à participação ativa e à reflexão.
Árvore de Compromissos
Uma interface simbólica que transcende a mera observação, convidando espectadores a se tornarem co-criadores. Ela materializa a responsabilidade partilhada, manifestando visualmente os elos formados e os compromissos assumidos coletivamente.
Teia de Conexões
Uma composição espacial fluida que corporifica a interdependência e a organicidade das relações. Através dela, as hierarquias espaciais tradicionais são dissolvidas, permitindo que cada participante perceba e contribua para um tecido coletivo vivo.
Mapa Vivo
Um mecanismo dinâmico que reconfigura percepções de territorialidade e pertencimento. Ao ser co-criado ou interagido, ele gera espaços efêmeros e novas rotas de significado, abrindo-se para fluxos inesperados e redefinições de identidade comunitária.
Estruturas Especulares
Construções poéticas que facilitam tanto travessias físicas quanto simbólicas. Elas atuam como espelhos e portais, estabelecendo geografias de encontro que fomentam a reflexão interior, a projeção de ideias e trocas culturais autênticas entre os participantes.
Cada elemento é concebido com intencionalidade poética e social, catalisando interações profundas e promovendo transformação tanto individual quanto coletiva. A geometria e o equilíbrio visual asseguram documentação ideal em formato A4 para compartilhamento e registro.
Figurino e Materiais
A concepção visual para o projeto integra expressão artística, sustentabilidade e um profundo potencial de transformação social.
Figurino Transformacional
Criamos estruturas metamórficas que facilitam transições de estado e narrativas. As peças são confeccionadas com algodão cru, fibras naturais, sementes e pigmentos telúricos em tons terrosos e verde esmeralda, simbolizando a conexão profunda com a terra e uma vitalidade revolucionária.
Materiais Sustentáveis
Utilizamos bambu regenerativo, papel artesanal reciclado e pigmentos naturais, complementados por sistemas fotovoltaicos. A prioridade é a redução de resíduos, o reaproveitamento criativo, a reciclagem e a biodegradabilidade de todos os componentes.
O Quilombismo da Super-Acessibilidade é um gesto anti-colonial e político-poético que transforma espaços acessíveis em territórios de resistência, cultivando a convivência e a fruição artística coletiva.
YÉKITACESSO
A acessibilidade é o cerne da filosofia Yékit, democratizando o espaço público para todos e transformando as artes cênicas através de uma abordagem inclusiva e inovadora.
Transformação Sublime
Dissolve barreiras sociais e físicas, potencializando uma experiência coletiva profunda e significativa para todos os participantes.
Consciência Revolucionária
Promove a criação de novas conexões e percepções em espaços compartilhados, estimulando uma visão mais ampla da realidade.
Fundamento Ontológico
Estabelece uma base que gera uma estética verdadeiramente inclusiva, reconhecendo e valorizando a diversidade humana em sua plenitude.
Quilombismo Super Acessível e Acessibilidade como Linguagem
A acessibilidade é uma linguagem artística revolucionária. Ela expande o vocabulário estético, cria novos significados e democratiza a experiência, celebrando a diversidade como um ato político de resistência.
Celebração da Diversidade Corporal
A diversidade corporal enriquece a experiência estética, desafiando padrões. Corpos diversos em cena e na plateia confrontam o capacitismo, promovendo libertação coletiva e expressão autêntica.
Multiplicação de Canais Perceptivos
A tradução da experiência para linguagens visual, sonora, tátil e olfativa amplifica a percepção da obra artística. Essa multiplicidade reconecta a arte com cosmologias não-ocidentais e enriquece a experiência sensorial.
AS PERSPECTIVAS DA ACESSIBILIDADE
Sensorial
Implementação de recursos táteis e estímulos para experiências hápticas e multissensoriais.
Cognitiva
Utilização de linguagem clara e acessível, considerando a neurodiversidade do público.
Atitudinal
Ações e treinamentos que desconstroem preconceitos e estigmas, promovendo um ambiente acolhedor.
Estética
Integração de múltiplos canais perceptivos para criar uma experiência artística rica e acessível.
Acessibilidade Comunicacional
  • Libras estético-política: Utilização da Língua Brasileira de Sinais de forma artística e engajada, ampliando seu alcance e impacto.
  • Audiodescrição poética: Descrição detalhada e sensível de elementos visuais, enriquecendo a experiência de pessoas com deficiência visual.
  • Legendas com design: Implementação de legendas visivelmente agradáveis e claras, garantindo compreensão e imersão para todos os públicos.
  • Materiais multi-formato: Disponibilização de conteúdos em diversos formatos (digital, impresso, tátil) para atender às diferentes necessidades.
  • Tecnologias assistivas: Integração de ferramentas e dispositivos que auxiliam na participação plena e independente nas atividades cênicas.
Acessibilidade Físico-Espacial
  • Rotas sem segregação urbana: Planejamento de caminhos e percursos que promovem a inclusão e a equidade no acesso aos espaços.
  • Circulação cênica fluida: Design de ambientes que permite o movimento livre e desimpedido de todos, independentemente de suas capacidades físicas.
  • Áreas estratégicas: Definição de espaços específicos que otimizam a experiência e o conforto de públicos com necessidades diversas.
  • Assentos diversos: Oferta de opções variadas de assentos, adaptados para diferentes tipos de corpos e requisitos de mobilidade.
  • Mapeamento sensorial: Identificação e sinalização de estímulos sensoriais no ambiente, auxiliando pessoas com sensibilidades específicas.
Sejamos Ignição!
PARDOS PAPÉIS transcende o espetáculo convencional, convocando à metamorfose coletiva e redesenhando geometrias sociais.
A obra nos convoca a sermos faíscas de transmutação social, cultural e política, mantendo viva a chama revolucionária.
Mantra Final
"A faísca desperta a chama que gera o fogo de alume, que tal qual o mato, volta sempre a crescer."
Este mantra condensa a essência da resistência: uma força cíclica e regenerativa, eternamente pronta para a transformação. Ele celebra a vitalidade da obra e a importância de ações conscientes, ancoradas na memória coletiva, para catalisar revoluções sociais duradouras.
Sejamos o fogo de alumiá que ilumina e regenera – chama perpétua de transformação.